Funchal avança com projecto-piloto para leitura de contadores de água
A Câmara Municipal do Funchal avança, por estes dias, com o concurso público para a Aquisição de Sistema de Telemetria Doméstica na Zona de Medição e Controlo (ZMC) da Ribeira Grande, em Santo António.
São cerca de 110 mil euros, para a instalação de contadores com telemetria – vulgarmente conhecidos por “contadores inteligentes” -, que permitirão medir e transferir para o Centro de Comando do Departamento de Águas, dados pertinentes, como o consumo doméstico diário de água.
“Vamos fazer uma experiência piloto, agregando nesta primeira fase os cerca de mil consumidores localizados geograficamente na Ribeira Grande, em Santo António”, refere Nádia Coelho, vereadora com o pelouro do Ambiente.
“A telemetria permitirá leituras efetivas e reais, pondo termo às médias de consumo para faturação. É, por isso, certamente benéfico para o consumidor, permitindo-lhes, simultaneamente, a disponibilização de um volume maior de dados de consumo, assim como uma melhor cultura de poupança, uma vez que pequenas fugas e roturas serão mais facilmente detetadas”, sustenta.
“Por outro lado, a telemetria vai permitir realizar balanços hídricos de forma muito mais célere, com ganhos na gestão de perdas”, alerta a vereadora da Câmara do Funchal.
“Atualmente, os dados de consumo dos consumidores são obtidos retroativamente, após a realização de leituras presenciais e o seu respetivo processamento informático. O processo pode demorar entre 30 a 60 dias.
Este desfasamento cria problemas no tratamento célere de ocorrências na rede de distribuição de água, atrasando os processos de identificação e quantificação de perdas, o que resulta em perdas económicas avultadas para o Município”, alerta.
“Neste momento, nas Zonas de Monitorização e Controlo já é possível identificar, rapidamente, a ocorrência de fugas de água nas redes concelhias, a ocorrência de aumentos bruscos de pressão, entre outras situações. Com a telemetria doméstica (contadores inteligentes), teremos acesso aos consumos diários, efetivamente realizados. Ora, a interação informática de todos estes indicadores, permitirá fazer um balanço hídrico em tempo “real” e, consequentemente, garantir um controlo muito mais assertivo sobre a rede de distribuição de água”, revela Nádia Coelho.
“A telemetria doméstica irá também ajudar o Departamento de Águas do Funchal a detetar usos não autorizados de água ou situações anómalas ou fraudulentas no funcionamento dos contadores de água, contribuindo assim para a normalização do sistema e efetiva equidade de distribuição dos custos pelos seus consumidores”, defende.
Como é do conhecimento público, o Funchal tem vindo a implementar um projeto de otimização hidráulica denominado “Controlo e Monitorização de Fugas de Água associado ao sistema de telegestão existente”.
Esta medida, cujo investimento ascende a mais de 12 milhões de euros, tem resultado na compra de menos 2,8 milhões de metros cúbicos de água à ARM, com poupanças na ordem de 1 milhão de euros/ano.