Conferência sobre “Território e Mobilidade Urbana”: Bruno Pereira defende utilização de transportes públicos e apela à mudança de comportamentos modais por parte dos cidadãos
Na abertura da conferência “Território e Mobilidade Urbana”, organizada pela ACIF e hoje a decorrer no Auditório da Reitoria da Universidade da Madeira, o vice-presidente da Câmara Municipal do Funchal defendeu a alteração de comportamentos dos cidadãos em nome de uma política de mobilidade mais sustentável e eficiente, até porque, como indicou, 56% dos funchalenses utilizam o transporte individual, sendo que a maioria desta utilização se faz apenas com uma ou duas pessoas, o que se traduz numa «falta de eficiência».
Bruno Pereira, que adiantou que somente 26% dos cidadãos utiliza os transportes públicos, salientou a necessidade de haver alterações na «forma como os funchalenses se movem», defendo que esta alteração de comportamentos é fundamental em termos de mobilidade e que deve acontecer «antes» até de se falar de outras alterações e inovações, inclusive tecnológicas.
«Não políticas de mobilidade sem transferência modal, sem transferência do transporte individual para o transporte público», afirmou, explicando que as próprias cidades têm um limite no que se refere a infraestruturas viárias, sejam elas quais forem.
Por isso mesmo, o vice-presidente da CMF entende que a primeira «panaceia», começa mesmo por mudanças de hábitos, lembrando que existe, no Funchal, uma boa «oferta» de transportes públicos, sendo que, nalguns casos, até são gratuitos, daí afirmar que esta alteração pode e deve acontecer já «amanhã».
O vice-presidente lembrou ainda que o Funchal se encontra no 8º lugar europeu, em mais de 300 cidades, no que se refere à qualidade do ar e apontou ainda algumas inovações que a autarquia tem vindo a efectuar e vai continuar a fazer, nomeadamente no que se refere à gestão e computorização da semaforização.
O autarca apontou ainda alguns problemas existentes no Funchal, em concreto no que se refere ao estacionamento abusivo e ilegal, e não só não é cívico, como afecta toda a mobilidade da cidade e que tem um custo mensal de 10.000 à autarquia, já que este valor é pago à PSP para fiscalizar estas situações.
Outro caso apontado foi a questão da logística para o comércio e serviços, que ainda continua a ser pouco profissional, já que 55% desta é feita pelos próprios proprietários, o que também provoca problemas.
A concluir, o vice-presidente da CMF realçou a importância da realização do encontro, sobretudo pelo debate das questões por especialistas, ainda por cima «conhecedores do Funchal».