Câmara investe 628 mil euros para reflorestar Parque Ecológico do Funchal
A Câmara Municipal do Funchal vai investir 628 mil euros na reflorestação do Parque Ecológico do Funchal, como resultado da candidatura que submeteu ao PRODERAM, e que foi aprovada com uma taxa de comparticipação de 100% da União Europeia, através do Fundo de Recuperação/IRUE.
Com este projeto, “o Município do Funchal vê a sua aposta na sustentabilidade e na preservação da biodiversidade valorizada”, garante Nádia Coelho, vereadora com o pelouro do Ambiente. “Deste modo, estamos a contribuir ativamente para a atenuação das consequências das alterações climáticas, minimizando os efeitos da erosão dos solos e protegendo os recursos hídricos”, realça a vereadora da CMF, que enaltece as boas práticas adotadas pela Câmara Municipal do Funchal, com contributos líquidos para a prossecução dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, adotada pelas Nações Unidas.
No âmbito deste projeto, estão previstas várias intervenções no Parque Ecológico do Funchal, das quais de destacam a reposição do coberto florestal por espécies indígenas com maior capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas, maior resiliência ao fogo e aos eventos climáticos extremos, para além da criação de núcleos de espécies raras e/ou ameaçadas, e de faixas de gestão de combustível, utilizando a rede viária florestal como aceiros, sem esquecer as mais valias pela valorização da paisagem, enquanto elemento fundamental do bem-estar da população.
Incêndios de 2010 e 2016 afetaram vegetação existente
“A Sustentabilidade Ambiental para o Funchal é um dos objetivos estruturais para a próxima década e a reflorestação do Parque Ecológico é considerada uma prioridade para a necessária adaptação e resposta à crise climática após os incêndios de 2010 e 2016”, sustenta Nádia Coelho.
Nos anos de 2010 e 2016, dois incêndios florestais de grandes dimensões atingiram grande parte da superfície do Parque Ecológico, afetando severamente a vegetação existente e todo o trabalho que havia sido realizado anteriormente. Com a destruição da vegetação nativa, as espécies exóticas de caráter invasor aumentaram a sua expansão e densidade. Estas espécies para além de inibirem a recuperação dos habitats nativos, promovem a sua degradação. Uma das consequências é a perda de biodiversidade no geral, diminuindo a vegetação autóctone que desempenha um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema e da dinâmica dos solos, aumentando a humidade e a capacidade de infiltração.
Parque Ecológico é pulmão da cidade
O Parque Ecológico do Funchal é um espaço natural sob jurisdição do Município do Funchal, com uma área aproximada de 718 hectares.
Este importante espaço é um pulmão da Cidade cujas características geomorfológicas e de biodiversidade que apresenta, para além de representarem um importante recurso natural de inestimável valor, é simultaneamente um espaço de lazer, que permite executar um variado número de atividades ao ar-livre, tanto na fruição da natureza, assim como na deslumbrante paisagem sobre todo o anfiteatro da Cidade, constituindo-se como um local de interesse turístico e desportivo no seio das atividades de montanha.
A origem do Parque remonta ao ano de 1918, quando a autarquia adquiriu uma extensa área de terreno nas zonas montanhosas do concelho, conhecida por Montado do Barreiro. O propósito desta aquisição era essencialmente o aproveitamento das águas provenientes das diversas nascentes ali existentes, para o abastecimento público de água à Cidade do Funchal.
Atualmente o Parque Ecológico do Funchal é um espaço natural de proteção ambiental numa zona de montanha do concelho do Funchal, na Freguesia do Monte, entre os 470 metros de altitude na Ribeira de Santa Luzia e os 1818 metros de altitude, no Pico do Areeiro. Este espaço municipal é uma reserva de natureza do concelho do Funchal, constituindo uma importante área para a conservação da floresta e para o seu usufruto pelos visitantes.