Desigualdades de género continuam por resolver
A vereadora da CMF, Margarida Pocinho, foi, ontem, convidada pela Escola Profissional do Atlântico a falar sobre o tema a “Igualdade de Género: derrubar obstáculos e desmistificar estereótipos”.
Uma iniciativa que se insere no Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular da referida Escola e que tem como objetivo assinalar a Semana sobre a Igualdade de Género, que se prolonga até 4 de fevereiro.
A vereadora para a Educação, Ciência e Social, abordou os conceitos de base da Igualdade de Género, salientando que “todos os seres humanos são livres de fazer opções e de desenvolver as suas aptidões e capacidades, independentemente dos papéis atribuídos ao homem e à mulher”.
Contudo, Margarida Pocinho defende que são necessárias medidas para compensar as desvantagens históricas e sociais que impedem homem e mulher de atuar em níveis equivalentes.
A este propósito, durante a conferência, a vereadora partilhou alguns dados que motivam reflexão. Referiu que em 2021, o Instituto Europeu para a Igualdade de Género colocou Portugal no 15.º lugar, tendo conquistado quatro lugares desde 2010. Apesar de ter subido um lugar este ano, o país continua abaixo da média da União Europeia.
Menos trabalho, dinheiro, conhecimento, uso do tempo e poder são notas dominantes, sendo o pior desempenho de Portugal precisamente nos usos e partilhas do tempo, com 47.5 pontos, bem abaixo dos 61 pontos da média da União Europeia.
Esta baixa pontuação deveu-se sobretudo às atividades sociais. Só 10% das mulheres com mais de 15 anos praticam atividades desportivas, culturais ou de lazer, contra 20% dos homens; 78% das mulheres com mais de 18 anos cozinham ou fazem tarefas domésticas todos os dias, contra 19% dos homens.
O fosso de género no emprego continua por resolver. As mulheres, particularmente as mais velhas e as que vivem sozinhas, ganham menos do que os homens, a segregação de género na educação continua alta e as mulheres continuam a ser sobrecarregadas com trabalho doméstico ou de cuidado. Salienta, por outro lado, que aumentou o número de mulheres em cargos de decisão política, enquanto a esfera económica continua a ser a menos igualitária.