Em 2023 Funchal adquiriu menos 2,8 milhões de m3 de água à ARM
A vereadora Nádia Coelho revela uma poupança aproximada a 1 milhão de euros, fruto dos investimentos em curso
A Câmara Municipal do Funchal adquiriu menos 2,9 milhões de m3 de água à ARM- Águas e Resíduos da Madeira, em 2023, comparativamente a 2019, representando uma poupança de cerca de 1 milhão de euros. Uma informação revelada pela vereadora com o pelouro do ambiente, Nádia Coelho.
“Todo o investimento realizado nas áreas de influência da primeira fase do Projeto de Controlo de Fugas, que compreende a zona piloto-reservatório da Terça, São Martinho, Nazaré e Penteada, é responsável pela quase totalidade (83%) da recuperação das perdas global verificado no Concelho do Funchal”, clarifica a autarca, sublinhando que “é um trabalho que a todos nós nos orgulha, Município e todas as equipas do AdF (Departamento Águas do Funchal)”.
Já em relação à segunda fase do Projeto, obra atualmente em curso, Nádia Coelho identifica também já algumas melhorias, da ordem dos 0,5 milhões de m3. “Na zona piloto desperdiçava-se anualmente 8,2 milhões de metros cúbicos e agora estamos a perder 5,7 milhões de metros cúbicos por ano, uma redução de 2,5 milhões de metros cúbicos”.
O projeto de “controlo e monitorização de fugas nas redes de águas associado ao sistema de telegestão existente no Concelho do Funchal” surgiu da necessidade de mitigar as elevadas perdas de água nas redes concelhias e que são insustentáveis, quer do ponto de vista económico quer do ponto de vista ambiental.
Tal está a ser conseguido com a implementação de um projeto específico elaborado por uma firma especializada, a RSS – Redes e Sistemas de Saneamento, trabalho esse que reformula quase todo o funcionamento hidráulico do sistema, nomeadamente através de reabilitações de condutas, gestão de pressões, reformulação do parque de contadores, e localização de zonas mais prováveis para deteção de fugas de água – note-se que, só em 2023, foram detetadas e reparadas 1066 fugas não visíveis.
“Num contexto de alterações climáticas, o aumento da escassez de água é uma realidade incontornável e há que resolver um problema que se arrasta ao longo dos anos. É um projeto ambicioso, de implementação prolongada, mas cujos resultados serão essenciais para garantir água em quantidade suficiente para as gerações vindouras”, advoga.
O projeto, cofinanciado pelo POSEUR com um investimento inicial de 11,4 M€, aponta para metas “ambiciosas” em termos da redução da água não faturada, visando a sustentabilidade económica e ambiental.
Atualmente as perdas de água na rede do Funchal, com cerca de 600 km de extensão de condutas principais e aproximadamente 54.000 ramais situam-se acima de 60% da água entrada.
Numa primeira fase, a curto prazo, o projeto corresponde a uma poupança de 6,3 milhões de m3 para cada ano (2500 piscinas olímpicas), em comparação com a situação de partida, enquanto que numa segunda, a longo prazo (no mínimo 15 anos) é estimada que a compra de água, ao fim desse período, se situe no 10,2M, dos quais 8,7M serão faturação e os restantes 1,5M perdas.