ESCUTAR é «fundamental» para a CMF na descentralização cultural: Pedro Calado destaca virtudes deste projecto que é intergeracional e chega a três bairros sociais
Foi hoje apresentado o primeiro trabalho do projecto “ESCUTAR”, uma novidade da temporada artística 2023/2024 da Câmara Municipal do Funchal, que envolve três bairros sociais (Palheiro Ferreiro, Pico dos Barcelos e Quinta Josefina), em colaboração com o Departamento de Cultura e a SociohabitaFunchal.
Este é um projeto piloto, que passa pela realização de residências artísticas com dois artistas (artes visuais e artes performativas), durante três meses, em cada bairro.
Este primeiro “ESCUTAR” foi desenvolvido, no Palheiro Ferreiro, de outubro a dezembro de 2023, com a presença de Rosa La Peligrosa (Rosa Moniz), artista plástica e designer, que realizou dois murais junto com a população local e também com Luís Teles, da dança urbana, que realizou aulas de dança com os jovens, tendo havido a envolvência de 30 pessoas do referido Complexo Habitacional, incluindo jovens e famílias.
O segundo “ESCUTAR” decorrerá de Janeiro a Abril, na Quinta Josefina, com Ricardo Brito, no teatro e Cristina de Sousa, artes plásticas, seguindo-se , terceiro, no Pico dos Barcelos, com Marta Garcês, teatro e Zeca Diogo, artes plásticas.
No Palheiro Ferreiro, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, entidade promotora, com um investimento na ordem dos 30 mil euros, afirmou a importância desta iniciativa, «fundamental», pela associação entre bairros sociais e cultura e pelo facto de a autarquia estar «a trazer a cultura aos bairros sociais».
Pedro Calado relembrou que este é também um projecto com uma vertente intergeracional, já que «toda a população», incluindo «os mais jovens» e respectivas famílias, participam, quer na pintura, quer na dança, quer no teatro.
No local, o autarca também lembrou o recente investimento feito pela edilidade, no valor de 300 mil euros, na requalificação do Complexo Habitacional do Palheiro Ferreiro.
O edil salientou ainda que um dos objectivos da CMF para os complexos habitacionais municipais é precisamente «trazer mais vida», sendo este projecto também um exemplo de descentralização cultural, explicando ainda que estão a ser feitas marionetas pelos jovens que depois serão exibidas na Feira do Livro, o que faz com que os jovens percebam que o trabalho que fazem têm visibilidade na comunidade.
Ademais, como fez notar, estes projectos permitem que estas «dinâmicas culturais», instituídas pela CMF permitem não só a expressão artística, mas também o evitar de comportamentos desviantes pelos mais jovens.