FÉNIX É A PRIMEIRA OBRA DAS BOLSAS DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA DA CÂMARA MUNICIPAL DO FUNCHAL
A primeira residência artística no âmbito das Bolsas de Criação da Câmara Municipal do Funchal, iniciou-se no dia 3 de janeiro e decorre até o dia 28 de fevereiro de 2022. Uma das vencedoras do Concurso na área das artes performativa, a coreografa e bailarina Rita Vilhena, está já, no Funchal, a desenvolver o projeto Fénix, em vários espaços culturais municipais.
Este projeto pretende mapear as artistas mulheres do Funchal nas suas várias disciplinas artísticas, e promover um trabalho conjunto de intercâmbio com a comunidade. Este trabalho multidisciplinar, pretende promover uma troca entre as competências da artista, competências específicas da dança, das artes e das humanidades, em particular com as artistas mulheres do Funchal e em geral com a comunidade.
Através das várias fases integradas neste projeto, Rita Vilhena irá estabelecer as semelhanças e diferenças dos processos criativos da mesma com as artistas selecionadas, com o intuito de abordar a problemática e relevância da criação autobiográfica nas artes performativas.
Deste modo, irá colaborar com artistas locais para produzir objetos artísticos e conhecimento em torno da expressão auto representacional, com o objetivo de construir uma rede de difusão e propagação de pesquisas poético/artísticas entre a Madeira e o continente.
Rita Vilhena pretende identificar no processo de construção e apresentação do objeto artístico modelos e discursos que afetem e transformem outros modos de criação e por fim elaborar um artigo académico sobre o resultado da pesquisa, partindo da produção poética nos campos da performance e videoarte.
O nome do projeto alude à ressurreição e à esperança, a fim de provar, assim como na lenda, a possibilidade de renascer das próprias cinzas. Segundo a criadora, «as cinzas são as nossas memórias pessoais, tinta para reescrever uma nova história, na procura da emancipação da vida a partir da criação artística».
O projeto FENIX terá como resultado final a criação de uma performance-instalação durante o mês de fevereiro, a fim de criar aproximações e promover uma maior consciência do sujeito e da sua representação nas artes e na vida.
O Funchal posiciona-se, ainda mais como um cidade que proporciona um espaço multidisciplinar, inclusiva e de liberdade à criação, voltando-se para o futuro e vivendo do feedback dinâmica da comunidade que ocupa. Uma cidade não vive sem cultura, é preciso dar-lhe prioridade e compreender o contexto muito difícil que os criadores culturais já viviam antes da pandemia. Este tipo de projetos era já uma ambição antiga da cidade e vai contribuir para o desenvolvimento de propostas recentes e mais experimentais.