Funchal dá inicio a um ciclo de exposições do projeto ‘Semeadores’
Foram inauguradas duas exposições na Capela da Boa Viagem e no Museu Henrique e Francisco Franco
A Câmara Municipal do Funchal (CMF), com o apoio da DGArtes — Rede Portuguesa de Arte Contemporânea (RPAC), deu, ontem, início a um ciclo de exposições do projeto ‘Semeadores’, com a inauguração de duas exposições, uma na Capela da Boa Viagem intitulada “Todos os Animais” de Luís Paulo Costa e outra no Museu Henrique e Francisco Franco com o tema “O Cão do Dragoal” de Nuno Henrique.
Paralelamente, no Museu Henrique e Francisco Franco decorreu uma conversa com os artistas, tendo contado com a participação da diretora do Museu Côa, Aida Carvalho e do curador Óscar Lobo Faria.
A vereadora Ana Bracamonte, esteve, em representação da presidente da Câmara Municipal do Funchal, Cristina Pedra, na inauguração.
O projeto ‘Semeadores’, através de uma candidatura, recebeu um apoio de 90 mil euros o que permite à CMF potenciar o crescimento “sustentado” e “robusto” na criação e produção de arte contemporânea.
Além do apoio à criação e à realização de exposições, o projeto pretende criar pontes entre várias instituições e agentes culturais a nível nacional, nomeadamente o Museu do Côa, trazendo artistas, mas também apoiando a circulação de artistas regionais como o que irá acontecer já no próximo ano com o artista madeirense Rodrigo Caldeira, que realizará uma exposição nos Açores, ao abrigo deste programa.
Previsto está também a realização de um encontro nacional, em maio de 2025, com vários intervenientes no Funchal.
Nuno Henrique é um artista madeirense, a residir atualmente em Nova Iorque que tem desenvolvido uma estreita relação entre o desenho e a escultura, a partir de técnicas e métodos que envolvem trabalho manual e necessitam de tempos de produção demorados.
Os projetos e obras que decorrem desse trabalho quase sempre estabelecem uma relação conceptual entre o mundo natural e a paisagem.
A exposição no Museu Henrique e Francisco Franco retrata um encontro casual com um cão que o acompanhou durante uma caminhada até ao sítio do Dragoal, no arquipélago do Porto Santo.
O registo desta narrativa e os materiais que a compuseram, tais como desenhos, mapas e fotografias, são o ponto de partida para uma nova série de trabalhos a apresentar e de um livro de artista, numa relação estreita com a coleção do Museu, incidindo especial atenção aos cadernos de desenhos de viagem.
Já a exposição de Luís Paulo Costa, que se encontra na Capela da Boa Viagem, apresenta na série de pinturas sobre papel, as mãos do artista, tocando uma na outra, procurando criar a silhueta de um animal na sombra que se projeta na parede.
“Todos os Animais” foi previamente apresentada no Museu do Côa – Fundação Côa Parque, em 2023, promovendo um diálogo com o espólio singular da região, inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1998, e conhecido pelas gravuras paleolíticas com cerca de 30.000 anos.
As duas exposições encontram-se patentes ao público até outubro.