Funchal inicia a preparação do dossier de candidatura dos “Saberes e Técnicas da Calçada Madeirense” ao Inventário Nacional de Patrimônio Cultural Imaterial
Foi apresentado, ontem, no átrio da Câmara Municipal do Funchal, a preparação do dossier de candidatura dos “Saberes e Técnicas da Calçada Madeirense” ao Inventário Nacional de Patrimônio Cultural Imaterial. O projeto é liderado pela Câmara Municipal do Funchal em colaboração com a Direção Regional da Cultura e com instituições parceiras, como a Universidade de Aveiro e a organização Acordo Heróico.
Cristina Pedra destacou o papel central e a importância dos calceteiros para o sucesso desta candidatura, afirmando que “os calceteiros são a matéria-prima do que vamos agora candidatar.” Atualmente, a autarquia que conta com oito calceteiros nos seus quadros, a maior equipa do arquipélago, reforça a relevância de manter esta tradição viva.
A autarca sublinhou ainda o caráter significativo deste projeto para a preservação da cultura madeirense, assinalando que “começa hoje a fase oficial de propagação da candidatura dos saberes e técnicas da calçada madeirense ao Inventário Nacional de Patrimônio Cultural Imaterial.” A Presidente reforçou que, através desta candidatura, “vamos preservar a nossa história e tradição e, obviamente, perpetuar este ofício.”
De acordo com Cristina Pedra, a candidatura ao Inventário Nacional de Patrimônio Cultural Imaterial, permitirá não apenas a salvaguarda legal, mas também a valorização da oralidade associada à prática, salientando que “a vantagem da legalização deste processo é que passa a ter uma validade que resulta, não só das testemunhas de histórias, da arte e do patrimônio, mas também da oralidade que só aqueles que trabalham com esta função poderão saber transmitir e perpetuar como a arte dos calceteiros”.
O processo de preparação da candidatura teve início em novembro, com a realização de um levantamento e mapeamento da calçada madeirense nos pavimentos públicos das dez freguesias do Funchal. Cristina Pedra referiu que “até ao momento, foram identificados 72 pavimentos, incluindo parques, jardins, ruas, travessas, rampas, quintas e museus.”
O trabalho inclui ainda georreferenciação dos pavimentos, a avaliação do seu estado de conservação, a identificação de calceteiros ativos, bem como o registo de pavimentos perdidos e recuperados e a identificação de ameaças que possam comprometer a continuidade da prática.
A Câmara Municipal do Funchal, com esta iniciativa, pretende salvaguardar e valorizar os saberes e técnicas da calçada madeirense, garantindo a sua transmissão às futuras gerações e consolidando a importância deste elemento único no patrimônio cultural da Madeira e de Portugal.