Funchal investe quase 10 milhões para evitar perdas de água
A segunda fase do projeto da Câmara Municipal do Funchal para diminuir, substancialmente, as perdas de água já está no terreno e abarca as redes de água de seis freguesias: Monte, São Gonçalo, Santa Maria Maior, Imaculado Coração de Maria, Santa Luzia e Sé. A empreitada durará dois anos.
Esta segunda fase, que Pedro Calado considera ser «estruturante e para o futuro», iniciou-se recentemente e corresponde a 426 km de rede, com 26.000 ramais. O investimento é de 9,1 milhões de euros, sendo cofinanciado, em 4,68 milhões pelo POSEUR, como esclarece Pedro Calado.
Nesta segunda fase serão montadas 237 válvulas reguladoras de pressão, 111 medidores de caudal e 639 sensores de pressão, sendo, ainda, criadas 84 zonas de monitorização e controlo, a que se junta 46 km de condutas, que serão acrescentadas ou substituídas.
«Esta empreitada é fundamental para a gestão de águas e para evitar as perdas atualmente verificadas», como afirma o presidente da CMF, relembrando que o Funchal é o concelho da Madeira com mais perdas na rede.
Sobre a «gravidade do problema», Pedro Calado aponta que a autarquia está «ciente da situação», daí estar em curso estas intervenções, com «uma planificação rigorosa, para mitigar o desperdício», já que «a generalidade dos sistemas de água para consumo humano, na Região, apresenta elevados valores de perdas, com índices que ultrapassam, em muitos casos os 65%».
Como explica o edil, «na prática o combate às perdas reais de água no Funchal baseia-se no princípio do bom funcionamento hidráulico da rede». Isto é, «se a rede estiver bem concebida e a funcionar corretamente, a diminuição de perdas será uma consequência natural», isto porque, «devido à orografia do concelho do Funchal, com declives muito acentuados, a água, nas condutas, normalmente, apresenta pressões muito elevadas».
Assim sendo, este programa, que se encontra marcha, visa a gestão correta das pressões, ou seja, a diminuição onde sejam excessivas e o aumento em locais de pressão insuficiente, na substituição de condutas (e ramais) com elevadas perdas, na sectorização da rede, que corresponde à “divisão” em sectores mais pequenos, zonas de monitorização e controlo (ZMC), assim como na centralização e tratamento de toda a informação num Centro de Comando com hardware e software adequados (telegestão).
Refira-se que a primeira fase deste projeto e que abrange, total ou parcialmente, as freguesias de São Martinho, Santo António, São Roque e São Pedro, representando 40% da área do concelho, iniciou-se com a vereação anterior, estando previsto a sua conclusão para o próximo ano.
O investimento da primeira fase foi de 2,3 milhões de euros, com cofinanciamento do POSEUR no valor de 1,7 milhões.
Para finalizar, Pedro Calado faz questão de salientar que se trata «de um longo percurso, em que, naturalmente, surgirão problemas durante a sua execução». No entanto, conclui, «o objetivo final justifica todos os problemas que poderão aparecer», porque «a água é um bem demasiado essencial para estarmos com conversas e perdas de tempo».