Funchal já ajudou a mobilar 14 habitações de famílias carenciadas este ano
Os móveis foram restaurados pela Oficina Solidária
14 famílias carenciadas beneficiaram, este ano, de mobílias restauradas pela Oficina Solidária da Câmara Municipal do Funchal (CMF). A revelação foi feita ao Diário pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal.
Pedro Calado refere que o fornecimento destas mobílias e de outros artigos “são fundamentais” para a rápida instalação das famílias nas habitações que são atribuídas pela autarquia. Desta forma, salienta o autarca, estamos a proporcionar condições mínimas essenciais para que as mesmas possam viver com conforto e dignidade nas mesmas. O edil refere que têm sido entregues sofás, mesas de jantar, cadeiras, armários, móveis de sala, camas e guarda-fatos, entre outros. A Loja Solidária, outro projeto social da autarquia, também fornece alguns eletrodomésticos, lençóis, almofadas, cortinas e loiças. Tudo é cedido como novo às famílias que não têm recursos para comprar estes artigos. As famílias carenciadas são referenciadas por técnicos da área social da Empresa Municipal-Sociohabitafunchal. Este trabalho de sinalização é feito também em articulação com as Juntas de Freguesia, Segurança Social e outros organismos de cariz social.
Restauro de móveis promove a inclusão social e a sustentabilidade ambiental
Este projeto social, criado em março de 2013, tem como objetivo recuperar e reutilizar mobiliário usado e/ou danificado, que se não fosse doado, por particulares e empresas, à Oficina Solidária para restauro seria deitado no lixo. “Com o restauro destes móveis estamos não apenas a promover a inclusão social, fornecendo gratuitamente estes importantes bens para o conforto e dignidade a quem mais precisa, mas também estamos a contribuir para a sustentabilidade ambiental através da reutilização de recursos”, afirmou Pedro Calado.
O processo de restauro de móveis inclui diversas etapas, como a limpeza e remoção de vernizes, a correção de rachaduras e imperfeições, a substituição de peças danificadas e a aplicação de novos acabamentos. “O resultado é um móvel renovado e funcional, voltando a ser importante na decoração do lar”, revela o presidente da autarquia do Funchal.
Carolina Brederode, arquiteta e coordenadora da Oficina e Loja Solidária da CMF, explica os procedimentos: “Quando os móveis chegam à Oficina, é feita uma triagem dos mesmos, onde se separa o que tem recuperação dos que não tem. Destes últimos, aproveitamos tudo o que pudermos antes de enviar para o lixo. Por exemplo, no caso de sofás, retiramos os fechos das almofadas, os pés, algum tecido, esponjas, etc. No caso de móveis que tenham “bicho”, ou seja caruncho, também tentamos aproveitar o máximo antes de deitar fora, como fechaduras, ferragens, espelhos e outras peças para reutilizarmos. Quanto aos móveis para restaurar, a Sociohabita adquire o material necessário para o mesmo, desde esponjas, tecidos, polimentos, tintas, entre outros materiais”.
Projeto integra uma equipa de 4 pessoas
Carolina Brederode refere que a Oficina Solidária tem uma equipa fantástica, muito profissional, que diariamente trabalha com amor à camisola, com muito afinco para cumprir os desígnios deste projeto que é: “ajudar pessoas carenciadas”.
O trabalho de marcenaria é feito pelos mestres José e Tomás, tendo como ajudante o mestre João proveniente de um programa de emprego. Estes homens também ajudam na recolha das doações, desmontagem e montagem dos móveis.
A área do estofamento é da responsabilidade do mestre Marco, que faz autênticos milagres em muitos dos sofás doados.
Na parte da pintura, o mestre Tomás executa algumas transformações, sendo que, apenas é feita a opção pela pintura dos móveis, quando não há recuperação possível, mas em alguns é necessário fazer acrescentos ou reparações para depois serem pintados. “Todos estes trabalhos são feitos segundo a minha coordenação e orientação bem como a idealização da parte mais artística, onde os mestres acolhem de bom grado as minhas ideias e as conseguem concretizar”, advogou, assegurando que na Oficina tudo se aproveita, e desafia as pessoas que doam as mobílias, a seguir a página do Facebook e ver as verdadeiras transformações e milagres que ali se operam todos os dias. A recolha e entrega dos móveis é feita por toda a equipa.
A Oficina Solidária também colabora com outras instituições de carácter solidário, quer através de pedidos de apoio a famílias que as próprias identificam, quer através de restauro e/ou estofamento de mobília das suas sedes, como foi o caso mais recente da Associação dos Pobres que restauramos, polimos e estofamos 25 cadeiras para o seu espaço.
Também apoiamos a Associação Ajuda de Mãe para onde regularmente enviamos berços para darem a mães carenciadas.
“Pretendemos realizar protocolos com todas estas instituições de solidariedade social para podermos padronizar a forma de apoio e identificação da realidade de cada família”, salientou.
A Oficina Solidária mudou-se este ano para um novo espaço, mais amplo e renovado, na cave do Edifício 2000, na Avenida Calouste Gulbenkian, ao abrigo de um protocolo assinado entre a CMF e o Governo Regional, cumprindo, desta forma, uma das promessas deste executivo.
Carolina Brederode apela às pessoas, empresas, hotéis, e outras entidades que queiram colaborar neste projeto social a fazerem doações de móveis ou de outros equipamentos que já não estejam a ser utilizados.
Os pedidos para doação de mobílias podem ser feitos através daSociohabitafunchal, na página da Oficina Solidária do Facebook ou através do endereço eletrónico: oficinasolidaria@funchal.pt. É agendado o dia da recolha. Habitualmente acontece às quartas-feiras, de manhã. A CMF cede uma viatura para o transporte, nesse dia.