Habitação: Pedro Calado alerta que é preciso aproveitar muito bem as verbas do PRR para ajudar os casais jovens e as pessoas que mais necessitam
A Madeira registou nos últimos anos um crescimento muito acentuado do valor, por m2, para aquisição e arrendamento de habitação. O presidente da CM Funchal está bem ciente dessa realidade.
Pedro Calado esteve ontem na 1ª Convenção APEMIP (Associação Profissional representativa dos mediadores imobiliários), evento que reuniu em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, cerca de 800 agentes, mediadores e consultores imobiliários em Portugal.
“Estamos a sofrer das dores do nosso próprio crescimento, o que em certa forma representa, também, o resultado do sucesso das políticas públicas de crescimento económico registado”, e que fez elevar imenso a procura, afirmou Pedro Calado.
“Isso, conjugado com o desinvestimento na construção verificado após 2011, período da Troika, e nos últimos dez anos, fez com que os preços disparassem”, que reconhece serem dos mais altos do país.
«Se pensarmos que poderemos ter de adaptar o novo parque habitacional às novas regras de sustentabilidade ambiental, cuja diretiva europeia está a ser ultimada, então os desafios são ainda maiores, porque isso pode implicar mais custos, com preocupações legítimas acrescidas na área da construção de habitação social», declarou.
Para o presidente da Câmara Municipal do Funchal, era importante que a União Europeia se debruçasse sobre estas e outras questões, nomeadamente as taxas de juro, de forma diferenciada e tendo em conta as especificidades de cada estado membro e com as diferentes realidades socio-económicas de cada país e/ou Região. “Não podemos olhar de forma igual para aquilo que é intrinsecamente diferente”, advertiu.
Do lado da governação, como explica, o caminho, «da nossa parte, enquanto governantes» deve ser termos o foco «no aumento dos rendimentos das famílias, para que possam acompanhar este ajustamento do mercado habitacional, e aproveitar muito bem as verbas do PRR para colmatar as necessidades dos casais jovens e daqueles que mais necessitam».
A isso, acrescenta, é preciso «juntar incentivos para estimular a criação de mais habitação a custos controlados, nomeadamente através das cooperativas e, por via fiscal, ajudar os cidadãos e o tecido empresarial nesta fase de grandes desafios», que é o que está ser feito no Funchal.