IV Congresso da UGT Madeira: Pedro Calado apela a reformas no país sem as quais Portugal não sairá da cauda da Europa
Na abertura do IV Congresso da UGT-Madeira, que se realizou sábado, no Hotel Vila Porto Mare, Pedro Calado relembrou o «diálogo positivo» e o «trabalho bem feito» que tem sido feito pela Região e também pela CMF com a UGT- Madeira, realçando que esta situação, com melhorias evidentes na progressão de carreiras e salários, tem sido em defesa do «povo», da «comunidade» e também dos «trabalhadores».
Ainda assim, o presidente da Câmara Municipal do Funchal admitiu que «há um longo caminho a fazer», apontando vários problemas da actual realidade do país, nomeadamente a necessidade de reformas que não acontecem e que fazem com que Portugal esteja na cauda da Europa, inclusivamente já atrás dos países da Europa de Leste.
Neste momento e falando da Administração Pública como explicou o autarca, que classificou ainda como pesada e ineficiente, «não há qualquer estímulo para incentivar a produção, para distinguir quem faz mais e melhor daqueles que não fazem nada», o que faz com que a produtividade não seja maior, havendo, ademais, outras questões para resolver como o excesso de legislação e burocracia.
Ainda sobre a Administração Pública, o autarca realçou que esta deve ser mais leve, mais justa, mais eficaz, isto ao contrário do que, presentemente, acontece com uma «máquina» pesada e ineficiente
Pedro Calado, que advoga a necessidade de Portugal ser «reformista», salientou, por parte dos trabalhadores, a importância da continuidade das lutas laborais mas no sentido de haver não só melhores remunerações, como também melhores condições de trabalho, valorização das carreiras, mais tempo para as família, de forma a que a sociedade seja mais justa e melhor até porque, no momento, todas as classes sociais estão em conflito com o Estado, como salientou.
Na sua intervenção, Pedro Calado também referiu outro «problema» que o país enfrenta e que considera grave, que é a questão demográfica, com o envelhecimento do país e com a saída dos jovens para o estrangeiro por falta de boas e valorizadas oportunidades em Portugal.
A terminar, realçou e no sentido de nas questões laborais e sindicais se evitarem polémicas extremas, ser importante relembrar que «para termos bons trabalhadores, com trabalho digno, temos também de saber proteger os empregadores. Sejam eles públicos, sejam eles privados», até para se proteger a criação e manutenção dos postos de trabalho, sendo certo, como notou, que mesmo a máquina pública só é mantida a funcionar com o dinheiro dos impostos.
Ou seja: «para pedirmos mais, também temos de dar mais» e não podemos apenas olhar para um dos lados da equação, que é o que agora, acontece.