Município do Funchal avança com concurso público para concessão de exploração da “Confeitaria Felisberta”
Cristina Pedra destaca um importante marco cultural e patrimonial da cidade que importa valorizar e preservar
A Câmara Municipal do Funchal (CMF) vai apresentar, em reunião de Câmara, desta quinta-feira, uma proposta de abertura de concurso público para a concessão de exploração da histórica “Confeitaria Felisberta”, localizada na Rua das Pretas, freguesia de São Pedro.
A proposta será depois submetida à Assembleia Municipal do Funchal.
A presidente da autarquia do Funchal, Cristina Pedra, adianta que a concessão será atribuída por um prazo inicial de 15 anos, renovável anualmente até ao limite de 20 anos. Segundo afirma, o procedimento será feito por concurso limitado por prévia qualificação, garantindo a seleção de candidatos que demonstrem capacidade financeira e experiência para gerir e prestar um serviço de qualidade.
O critério de adjudicação será o da proposta economicamente mais vantajosa, ou seja, o maior valor mensal oferecido ao Município, com um preço base estabelecido no concurso público em 1.570 euros mensais.
Cristina Pedra recorda que a “Confeitaria Felisberta” é um marco importante da cidade do Funchal e da memória coletiva, sendo um símbolo de referência para os madeirenses que ainda se recordam do aroma característico e do sabor inconfundível dos diversos bolos, que ali se comercializava, em especial os bolos de mel, queijadas, tartes e compotas.
Foi durante mais de um século, um estabelecimento de referência na cidade do Funchal, acolhedor, com um letreiro de enormes letras manuscritas, pintadas sobre a porta e com montras envidraçadas de madeira pintada, onde emolduravam os famosos bolos.
Trata-se de um “marco cultural e patrimonial da cidade”, fundado em 1837, que será revitalizado e adaptado, mantendo a sua identidade histórica.
Após ter sido gravemente danificado pelo incêndio de 2016, o imóvel foi adquirido pelo Município do Funchal, tendo sido recuperado pelo atual executivo municipal, dando cumprimento a uma promessa eleitoral.
A recuperação foi feita preservando os elementos originais do edifício, como pavimentos de madeira, caixilharias, e outros detalhes arquitetónicos característicos, respeitando a estrutura do edifício original e oferecendo um ambiente agradável e confortável.
O espaço está distribuído por dois pisos e totaliza uma área de cerca de 314 m2.
O piso térreo é destinado à confeção e venda de produtos tradicionais.
Este espaço alberga uma galeria de acesso e laboratório de fabrico próprio, com um balcão de apoio e uma vitrine central, recriando a memória do espaço original e onde podem estar expostas algumas receitas originais da Felisberta bem como fotografias da época.
O primeiro andar é destinado a uma sala de chá, com um pavimento em soalho como anteriormente.
Foram restauradas as caixilharias em madeira e todas as paredes envolventes.
As janelas foram mantidas em madeira deixando entrar a luz que será controlada pelo exterior com portadas de ripado e madeira.
A empreitada incluiu ainda a recuperação do forno existente e o logradouro.
Um investimento que ascendeu a 565 mil euros.
Com a recuperação do espaço, a CMF pretende “valorizar” e “preservar” o legado de Felisberta Rosa, fundadora da confeitaria, e proporcionar uma experiência que celebre a tradição e a modernidade.