Pedro Calado alerta para a necessidade de repensar as políticas de apoio à natalidade e emprego, bem como à fixação da juventude, de modo a que se possa apoiar os mais velhos
Pedro Calado alerta para a necessidade de repensar as políticas de apoio à natalidade e emprego, bem como à fixação da juventude, de modo a que se possa apoiar os mais velhos
Na sessão de abertura do IX Colóquio Internacional “Olhares sobre o envelhecimento”, a decorrer hoje amanhã, na reitoria da UMA, no Largo do Colégio, o presidente da Câmara Municipal do Funchal alertou para a necessidade de conjugar políticas de apoio à natalidade e de fixação de jovens, nomeadamente em habitação, emprego e progressão das carreiras, com as de apoio à longevidade, caso contrário, o país e também a Região não poderão cuidar e sustentar os cidadãos mais velhos, que são em cada vez maior número.
Pedro Calado, que relembrou a importância das políticas municipais no apoio à longevidade e a uma vida sempre cada vez mais ativa, salientou o conjunto de políticas fiscais que a autarquia tem vindo a lançar o apoio aos mais jovens, bem como no apoio à natalidade e arrendamento, como forma de incentivar a fixação de jovens e, deste modo, inverter a crescente tendência de envelhecimento da população que se verifica em praticamente todas as freguesias do Funchal, com exceção da Sé.
Pedro Calado apontou «alguns números», referentes ao Funchal, «que nos afligem», como realçou, já que, «entre 2011 e 202, tivemos um decréscimo de 6%», na população, sendo que, «hoje», na Região, como reforçou, «já temos 157 idosos para cada 100 jovens, o que reflete bem o índice de envelhecimento» da nossa população.
Aliás, «se olharmos com mais rigor para os números, tínhamos, em 2011, «entre os zero e os 29 anos, tínhamos cerca de 28 mil pessoas para cerca de 18 mil idosos, um saldo positivo», o que já não acontece, dado que, atualmente, os números são praticamente iguais, ou seja, o mesmo número entre jovens (dos zeros aos 29) e idosos (mais de 65 anos).
Tendo em conta este decréscimo da natalidade e acréscimo do envelhecimento, o presidente da CMF, que também apontou números nacionais, nomeadamente os dados do Inquérito à Fecundidade de 2019, realizado pelo INE, que indicavam que cerca de 42% das mulheres entre os 18 e os 49 anos não tinham filhos, o mesmo acontecendo para quase 54% dos homens entre os 18 e os 54 anos, sendo ainda mais preocupante essa prevalência no escalão etário mais jovem, entre os 18 e 29 anos – ao invés do que antes sucedia -, generalizando-se a 93% das mulheres e 97% dos homens, defende uma mudança de paradigma nas políticas do país no que se refere à natalidade, à fixação de jovens, às oportunidades de emprego e de carreira, devendo ser este o enfoque e não as políticas de subsídios.