Pedro Calado apela a «coragem reformista» para que Portugal cresça economicamente e deixe de nivelar tudo por baixo
Atrair os jovens qualificados a ficarem na Região é um dos desafios da Madeira
Na abertura da II Edição do Fórum de Emprego, que decorre de hoje até 29 no Átrio da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado voltou a abordar a necessidade de reformas estruturais, no país, na forma como está organizado, quer no sector público, quer no privado, caso contrário, alertou, sem o que classifica de «coragem reformista», Portugal não conseguirá dar o salto em frente, sobretudo do ponto de vista económico.
O edil apelou ainda a novas formas de pensar para que a Região seja capaz de atrair, económica e socialmente, os seus jovens qualificados a ficar no arquipélago.
«É preciso muita coragem política» para fazer as alterações necessárias, reiterou o presidente da CMF, «temos que rever, urgentemente, como é que o país está organizado, como é que o país paga aos seus funcionários públicos e que nível de renumeração temos que ter nas empresas».
Na opinião do autarca, um dos problemas existentes em Portugal é o «nivelar por baixo, constantemente», em que se remunera e premeia todos por iguais, dando o exemplo da Função Pública, que faz com que, presentemente, quem não produza, acabe por ter a mesma valorização, o que está errado, como realçou, sendo ainda não só um impeditivo de aumentar e melhorar a produtividade e o mérito, como também um grande obstáculo ao crescimento do país.
Pedro Calado apontou ainda outro problema existente em Portugal, nomeadamente o envelhecimento da população com a consequente diminuição da população activa, sendo, no seu entender, também necessário uma reorganização do mundo laboral, em concreto mudando a legislação, dando mais tempo para a vida própria das pessoas e das famílias, isto sem as prejudicar em termos laborais, até por ser necessário pagar mais e melhor.
Além destas alterações legislativas e flexibilização de horários, o presidente da CMF salientou ainda as alterações económicas e sociais que se estão a verificar na Região.
«A Madeira está a fazer um caminho brilhante em termos económico», afirmou, relembrando, no passado, o o «período muito difícil» do PAEF, a pandemia, para agora estarmos a viver um tempo de grande crescimento económico e também alterações nas actividades económicas.
«Conseguimos equilibrar as nossas contas. Desenvolvemos economicamente a Região. Atraímos pessoas qualificadas para vir trabalhar para a Madeira (nómadas digitais). Estamos a criar empresas. Nunca tivemos tantas empresas, na Região, como neste momento», declarou, apontando ainda que, «agora», é tempo «de olhar para o futuro de uma forma um bocadinho diferente», isto porque, explicou, «hoje, o nosso grande desafio é sermos capazes de sairmos da nossa bolha de conforto, não pensar exactamente no mesmo padrão com que fomos arrastados a pensar da mesma forma e pensarmos no que se pode fazer, de diferente, para se reter os nossos jovens qualificados, na Região, para serem mais bem pagos, para encontrarem, na nossa Região, um lugar de crescimento social, familiar, e futuro», até porque temos «boas condições para isso».
Nesse sentido e dirigindo-se à plateia, pediu que se pense «fora da caixa», tendo sempre a «coragem reformista de mudar muitas situações que temos no nosso país».